Coisa mais linda, cheia de graça...
Foto belíssima do amigo Weder Ferreira
Há exato um ano, saí de casa rumo ao que muitos chamavam de "ilusão". Aquela cidade cheia de encantos mil seria inverossímil fora das lentes ficcionais de Manoel Carlos. Outros, e essa ala também era grande, acreditavam que eu estava cometendo uma loucura. Trocar a cidade pequena, os amigos tão próximos, o aconchego da família, pela metrópole conturbada que viam nos jornais não podia ser uma decisão sábia.
Não tiro a razão de um grupo nem de outro.
Encontrei a ilusão. Nas esquinas do Morro, nas ruas da Lapa, na Quinta lotada para gritar a Consciência Negra, na Casa Verde em que estou internado desde que cheguei aqui, nos bares, nos lares, estádios, nas amizades que fiz.
Encontrei também a realidade, nua e crua, bem ao gosto do freguês: os racistas escondidos na sacristia, os mesmos de sempre fazendo os mesmos de sempre com os mesmos de sempre, a política em sua pior forma, o garoto que revirava o lixo à procura de comida, o garoto maltrapilho que me levou vinte reais na saída da rodoviária, o esgoto, o descaso, a mentira.
[pobreza de espírito essa nossa mania de achar que a felicidade é ilusória enquanto a crueza da vida, somente ela, pertence ao mundo real]
Eu e os melhores momentos, ao lado das melhores pessoas
A vida deu um giro e a impressão é que vivi mil anos em 365 dias. Envelheci. Rejuvenesci. ♪ Mudaram os horários, hábitos, lugares, inclusive as pessoas ao redor / São outros rostos outras vozes, interagindo e modificando você ♪
Mas acho que as experiências, os fatos, as emoções deste último ano já estão devidamente registradas neste blog (pode ler
aqui, ou
aqui, ou então
aqui, ou mesmo
aqui, se quiser
aqui,
aqui uma vez mais, e em
muitos outros). Neste post quero sobretudo agradecer publicamente:
- aos que, concordando ou não, respeitaram minha decisão e compreenderam o quão importante para mim era vir para cá (mãe, pai, Vini, Bia);
- àqueles que me fizeram sentir em casa aqui (Anderson, Anelise, Clarissa, Isis, Mari, André, Bruno, Lu, Tete, Vivian, Ricardo, Jo, Livia, Tati, Aline, Victor e, claro, Borel);
- aos que me ajudaram de alguma forma neste processo (Gabriel, Léo, Pingo, Sheila, Lucas, Ana, Mads, Dona Helena);
- e à todos, enfim, que me fazem sentir saudade imensa de Volta Redonda (Giovana, Ricardo, Fernanda, Tássila, família, JC, Jo, garoto que roubou o coelho na Praça Brasil - porque, na moral, tem coisas que só acontecem em VR! rs).
Obrigado a todos - e especialmente aos que esqueci de listar, mas de antemão já me perdoaram!
E aos que tinham medo, aos que tinham dúvidas, quero tranquilizá-los. A cidade que sempre sonhei, sempre amei e sempre desejei viver é ainda melhor do que eu poderia imaginar.
Por que escolhi esta foto para encerrar? Não sei. É na Providência,
só para constar. E foi espontânea. Gosto dela.