04/02/2012

Ela


Sexta-feira, 03 de fevereiro

23h10

Faltam apenas 12 horas. E enquanto cuido dos últimos e mínimos detalhes (a mala, a máquina, o livro), me recordo que nunca escrevi sobre Ela aqui, neste blog, para vocês. Evidentemente já falei da Bia em alguns posts. Mas um sobre Ela, só sobre Ela, só para Ela, nunca.

Por onde começar? Já falei sobre o amor aqui. Sobre o poder do amor e de como ele é central em minha vida. Seria bom então começar esse texto dizendo que hoje o amor para mim tem um nome. Chama-se Ana Biatriz Barbosa de Souza Paixão. Bia, para os íntimos. Amor, para mim.

Sim, Biatriz com “i” como só Ela é. Linda como só Ela é. Teimosa como só Ela. O amor da minha vida... só Ela. Foram tantos os momentos, é tanto o que sinto, que este texto nem deveria ter começado, porque certamente ele vai ficar muito aquém dEla.

Mas topei o desafio. Imposto por mim mesmo, logo esclareço. Porque não foi Ela que pediu. Ela sequer lê esse blog. Amanhã no hotel – ou domingo, já no Chile – terei que contar a Ela que tem um texto sobre Ela no meu blog. E aí Ela provavelmente vai dizer que lê depois. E vai demorar alguns dias para ler. Talvez leia. Só talvez.

Sabe amor à primeira vista? Então, não foi assim com a gente. Sabe aquelas loucuras de amor, tipo viajar horas a fio só para vê-la antes de embarcar para uma longa viagem? Também não teve. E noites tórridas de paixão? Tampouco. Nada disso teve.

Teve o que então, Jader? O que sustentou por (quase) seis anos, ora? Por que acha que vai sustentar pelos próximos 70?

Teve conquista. Teve carinho. Teve risos. Abraços. Saudades. Encontros. Teve aquela vez que perdemos o último ônibus em Itatiaia e tivemos que pedir carona à Nova Dutra. Amasso. Carícia. Desejo. Uma viagem de 10 horas e um dia inteiro à base de Passatempo. Teve briga. Teve choro. Reconciliações. E as noites acampados, as fogueiras que vararam a madrugada. Teve Santíssimo. Altar. Toca. Dúvidas. Silêncios. Respostas. E o primeiro beijo, beijo de verdade, justo no meio da “multidão”, nós que prezávamos tanto pela discrição. Teve amor. Muito amor. Tanto amor que até duvidaram que pudéssemos viver só de amor. Que até inventaram que não vivíamos só de amor. Decepções. Reconquistas. Desculpas. Beijos. Um furo antes mesmo do nada. O empurrão da Iza. O “chega pra lá” no Jo. Teve de tudo. Na esquina. Na praça. No cinema. Ah, teve tanta coisa, amor!

O dia em que pedi para seu pai. O meu “de acordo com as conformidades”. As roupas que eu nunca soube combinar. As horas e horas no telefone. A lan house que quase nos separou.  Os presentes bem bolados. O aniversário ausente. Os aniversários presentes. As crises sempre superadas. Os beijos que ninguém via. As músicas que descobrimos juntos. A Eva Wilma a nos emocionar. O BMB. Ah, o BMB!

A sua última mensagem, que me chega agora. Obrigado, eu, por tudo que aprendi. Obrigado, eu, por esses seis anos. Obrigado por todas as descobertas – e por todas as renúncias. Chegamos, amor. Chegamos onde tínhamos desenhado já naquele 07 de maio de 2006. Porque sabíamos desde o início. Sabíamos desde aquela noite. Eu sabia, você sabia.

E vivemos com tal intensidade, mas sem pressa. Tudo foi ao seu tempo. O que foi e o que ainda não foi. Sem pressa porque sabíamos que não ia acabar a qualquer momento. E é essa certeza que vai nos levar ao altar. Não só como um momento formal, protocolar, para cumprir aquilo que Deus, a Igreja, a Família, a Moral e os Bons costumes nos mandam. Hoje – quando comecei este texto era amanhã, mas agora, meu Deus!, já é hoje – vamos consagrar esse amor, sacramentar, declarar ao mundo, testemunhar que é ele que nos redime, que nos faz homens, que nos faz um. A partir de hoje, mais que em qualquer outro momento, seremos sinal deste amor que nos une. De tanto amar, nos transformaremos nele. Tal qual Francisco, que de tanto amar, se tornou semelhante à coisa amada. Seremos o amor.

É difícil terminar esse texto. Entre tantas outras coisas mais importantes, como o nó que começa a se formar na garganta, é difícil porque já alternei tanto o estilo dele, andei por tantas as pessoas (primeira, segunda, terceira, do plural, singular, e quais outros existir) que não sei se alguém resistiu até aqui. Talvez só você. Ou, voltando ao estilo original, talvez apenas Ela tenha resistido até o fim deste post. Mas não importa, é para Ela que este texto existe. Para declarar o meu amor, para tornar perene esta declaração, para dizer que não existe mais vida possível para mim sem Ela.

Mas disso (tudo), desconfio que Ela já saiba.

14 comentários:

Marcela Pena disse...

Que bela declaração de amor Jader!
Parabenizo os dois por mais esta conquista na vida de vocês. Que Papai do Céu abençoe sempre e a cada dia a nova jornada.
Felicidades casal!!!!
Beijos!!!!

Daniel Rangel disse...

Eu e tantos outros amigos (pois Bia & Jader não têm poucos) pudemos testemunhar partes dessa história e a intensidade desse amor. Hoje tenho a alegria de testemunhar o sacramento de Deus que selará este amor por toda a Eternidade! Deus abençoe vcs meus amigos!!!

Sonia Travassos disse...

Querido Jader, diante de tão bonita declaração de amor, só consegui pensar nessa música maravilhosa de Chico Buarque, "Eu te amo". Mas, ao contrário da súplica pela não separação que a letra pode sugerir, interpreto-a como a mais linda argumentação sobre a impossibilidade do ser amado se afastar do seu bem-querer.

Felicidades para você e sua amada Bia!

Ah, se já perdemos a noção da hora/Se juntos já jogamos tudo fora/Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer/Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios/Rompi com o mundo, queimei meus navios/Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas/Já confundimos tanto as nossas pernas/Diz com que pernas eu devo seguir/Se entornaste a nossa sorte pelo chão/Se na bagunça do teu coração/Meu sangue errou de veia e se perdeu/Como, se na desordem do armário embutido/Meu paletó enlaça o teu vestido/E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos/Teus seios ainda estão nas minhas mãos/Me explica com que cara eu vou sair/Não, acho que estás te fazendo de tonta/Te dei meus olhos pra tomares conta/Agora conta como hei de partir

Karina Calmeto Lomar disse...

Parabéns "primos" postiços. Como é bom testemunhas este amor tão singelo, tão puro, tão ao seu tempo. Porque não é preciso ter pressa para aquilo que é para sempre... amo vocês. beijos

Unknown disse...

Texto lindo! Despertando o poeta que há em você... afinal só a pessoa amada pra fazer isso com a gente, né? Parabens ao casal comunicação social! Que Deus abençoe vocês!

Priscilla Eller disse...

Chorei demais! Fico tão feliz em participar desse dia tão especial pra vocês. Eu acho que nunca disse isso, mas fica aqui então a minha declaração, me espelho no AMOR de vocês, esse AMOR que sustenta 6 anos de uma jornada que só vive SABE realmente. Vocês são um EXEMPLO de um AMOR CONCRETIZADO em duas pessoas, PARABÉNS e felicidades :*

Giovana disse...

Chorei um monte quando li o convite; só não chorei um monte no casamento porque o Lincoln não deixou: "Para de chorar e fotografe, ande logo".

O que há, Jader?
O que há em vocês que tanto me emociona?
Eu sei a resposta. E ela está no cartãozinho do presente de casamento.

Beijos da titia.

Renata disse...

UM VIVA AO AMOR!!! Ao Amor que une, que transforma e que sela para sempre a vida de pessoas maravilhosas como vocês... Que Deus lhes abençoe!

Katia Simões disse...

Que palavras tão lindas, tão doces, tão amorosas. O amor de vocês é um amor raro, profundo e principalmente puro. É muito bom ter na vida uma pessoa especial, aquela que escolhemos para dividir nossa vida e juntos poder somar aprendizados e muitas histórias.
Fico emocionada de compartilhar momentos tão especiais, como o casamento de vocês. Quero acompanhar cada momento, como amiga, madrinha e admiradora de uma relação que encanta a todos.

Que venham muitos churrascos, muitos encontros, muitas visitas de Resende ao Rio de Janeiro.

Jader Moraes disse...

Poxa, gente, todos vocês me emocionaram. Mesmo! Agradeço um por um: Marcela, Daniel, Sônia, Karina, Gabriel, Priscilla, Giovana, Renata e Kátia.
Muito legal saber que nosso amor inspira. Vou repetir porque é de verdade: fiquei emocionado com cada mensagem.
Obrigado!!

Izabelle disse...

Como eu queria ter estado lá naquele 4 de fevereiro! Tenho certeza que foi tudo muito lindo, emocionante e que será inesquecível para todos! Você sabe né Jader que, desde sempre, desejei o melhor para vocês e que isso nao mudou! Tenho certeza que a felicidade reinará nessa nova família que se inicia e que muitos momentos bons estão por vir! Fico feliz que o meu "empurrão" tenha ajudado um pouquinho! Beijos! Amo vocês!

Ela (Eu) disse...

Ai gente, essa é a nossa história. NOSSA. Tudo é tão lindo da forma que é porque ele também faz parte desse amor. Ele é a outra metade da laranja. Apesar da dor de deixar o lar e verdadeiros amores, olhar para Ele me faz ter clareza da escolha certa. Ahh... o que dizer meu Deus?! Obrigada. Obrigada a todos. Vocês são, muito, importantes. Obrigada mesmo. Meu bem, EU TE AMO. Ah! eu li viu?! (rs)

CS Empreendimentos Digitais disse...

Que coisa mais bonita!
Lembro qdo conheci vcs dois, no aniversário da Giovana, no Botequim 33. Me apaixonei pelos dois de cara, sem precisar fazer esforço. E como me comove ver o sentimento de vcs dois num momento em que o que mais o mundo precisa é de amor.
Parabéns pelo casamento!!!! Felicidades sempre pra vcs dois. Na alegria, na tristeza, nas festas, nos dias de chuva, sempre, sempre.

Anônimo disse...

Aff,

Eu sempre achei cafona choros em casamentos... Mas até isso vcs são capazes de transformar... (confesso, chorei na hora da aliança, da homenagem ao Jader, e na hora de ir embora).

Que Deus preserve e blinde o amor que os une. Como disse láaaaaaa na casa do FElipe (na fogueira), vcs são meu casal de consumo. A entrega, a confiança, a cumplicidade, e principalmente a liberdade que um dá ao outro é admirável.

Mais uma vez, obrigada Jader e Bia, por deixar eu participar da vida tão bela e abençoada de vcs.

bjosssss com carinho.

"Melhor que viver bom momentos e ter MUITAS HISTORIAS FANTÁSTICAS PARA CONTAR"